Quem acompanha música desde os
tempos dos álbuns físicos, seja em LP ou em CD, antes dos tempos de internet,
MP3 e streaming, com certeza costumava se conectar não apenas com a música em
si, mas também com o trabalho gráfico que acompanhava um disco – capa, fotos,
encartes, etc... E alguns grandes artistas gráficos do século XX realizavam
verdadeiras obras de artes sob encomenda dos artistas para servirem de capa
para seus trabalhos. No blog iremos revisitar alguns destes grandes nomes,
começando por aquele que talvez tenha sido o maior deles.
Storm Elvin Thorgerson nasceu em
Potters Bar, na Inglaterra, no dia 28 de fevereiro de 1944. Foi contemporâneo
de escola de Syd Barrett e Roger Waters em Cambridge – Syd era um ano mais novo
e Roger um ano mais velho. Embora ele e Roger fossem companheiros de rugby e
suas mães amigas muito próximas, um outro membro do Pink Floyd é quem foi seu
grande amigo na adolescência: David Gilmour (de quem futuramente Storm viria a
ser padrinho de casamento).
Embora tenha sido sempre muito
ligado a música, Storm seguiu carreira nas artes gráficas, e fundou no final da
década de 1960 o estúdio Hipnogsis junto a Aubrey Powell. A dupla seria
acompanhada posteriormente por Peter Christopherson (que anos mais tarde se
tornaria um requisitado diretor de vídeo clipes). O estúdio durou até 1982 e
juntos eles criaram algumas das capas mais antológicas da história da música,
trabalhando para nomes como Paul McCartney (todos os álbuns dos Wings a partir
de “Band On The Run”, além de seu solo “Tug Of War”), Led Zeppelin (“Houses Of
The Holy”, “Presence”, “In Through The Out Door”), Genesis (“The Lamb Lies Down
On Broadway”, “A Trick Of The Tail”, “Wind and Wuthering”), Peter Gabriel (os
três primeiros álbuns), Scorpions (“Lovedrive”, “Animal Magnetism”), UFO ("Phenomenom"), AC/DC
(“Dirty Deeds Done Dirt Cheap”), Black Sabbath (“Technical Ecstasy”, “Never Say
Die”), Def Leppard (“High ‘N’ Dry”) e, obviamente, os amigos do Pink Floyd,
para quem criaram praticamente todas as capas de seus álbuns desde “A Saucerful
Of Secrets” até “Animals”. E muitos outros grandes nomes.
Com o fim da parceria e o
fechamento do estúdio, Storm seguiu trabalhando com seus amigos do Floyd (de “A
Momentary Lapse Of Reason” em diante), e fez ainda artes antológicas para, por
exemplo, o Audioslave (seu primeiro álbum), Helloween (“Pink Bubbles Go Ape”),
Muse (“Absolution” e “Black Holes and Revelations”), The Cult (“Electric”),
Dream Theater (“Falling Into Infinity”), Rival Sons (“Pressure and Time”), além
de Megadeth (“Rude Awakening”), Cranberries (“Wake Up and Smell The Coffee”),
Bruce Dickinson (“Skunkworks”) e muitos mais.
Storm ainda se aventurou como
diretor de vídeo clipes, tendo realizado “Owner Of a Lonely Heart” do Yes,
“Tattooed Millionaire” e “All The Young Dudes” com Bruce Dickinson, “Kids Of
The Century” do Helloween, “High Hopes”, do Pink Floyd, “Street Of Dreams”, do
Rainbow, e alguns outros mais. Em 2003, sofreu um AVC, que lhe diminuiu a
capacidade de trabalho, mas não o deteve. Storm veio a falecer em 18 de abril
de 2013 de câncer (não foi divulgado qual o tipo). David Gilmour lamentou a
morte do amigo, descrevendo-o como uma força constante em sua vida, tanto
profissional quanto pessoalmente.
Recentemente houve uma mostra de alguns
originais de seus trabalhos no MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York) e outra no The Browse Gallery, em Berlim. Já imaginou ver tantas obras que fazem parte de nosso imaginário coletivo musical e visual reunidas em um museu?
Seguem algumas das imagens mais icônicas produzidas por ele:
Seguem algumas das imagens mais icônicas produzidas por ele:
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