O sonho do estrelato nem sempre vem fácil. Porém alguns artistas conseguem a façanha de logo em seu trabalho de estreia obterem o reconhecimento mundial que muitos levam anos para conseguir, ou até mesmo acabam ficando pelo caminho... Vamos então recapitular brevemente
alguns registros de estreia que tiveram um impacto tão grande que elevaram de
cara os artistas envolvidos ao patamar de estrelas, além de serem até hoje
influentes e relevantes.
Embora não fosse a estreia dos
Beatles em termos de gravações (a faixa-título e “Love Me Do” já estavam
estouradas nas paradas britânicas como compactos simples – formato de sucesso
na época), este foi o primeiro álbum completo dos Beatles. Além de pegar
esteira no sucesso das duas canções citadas, ambas inclusas aqui, trouxe ainda
“I Saw Her Standing There” e a regravação de “Twist and Shout”. O álbum liderou
as paradas do “Record Retailer” (jornal britânico especializado em música) por
30 semanas, algo inédito até então.
Cansado de tentar uma carreira
nos EUA, seu país natal, Jimi Hendrix foi para a Inglaterra, onde passou a ser
venerado. Foi questão de tempo até que Chas Chandler (ex-baixista dos Animals)
apostasse suas fichas no maior herói da guitarra da história. E sua genialidade
já ficou mais do que latente em seu álbum de estreia: “Foxy Lady”, “Purple
Haze”, “The Wind Cries Mary”, “Fire”, “Manic Depression”, a faixa-título... Clássico
atrás de clássico...
No auge dos tempos lisérgicos
ninguém melhor do que Jim Morrison e o The Doors para traduzirem o período. As
letras poéticas do vocalista intercaladas com a sonoridade psicodélica dos
demais músicos foram um casamento perfeito. “Break On Through”, “Light My
Fire”, “The End” e as regravações de “Alabama Song” e “Back Door Man” fizeram
deste disco um clássico instantâneo.
Oriundo do Yardbirds, que revelou
ao mundo ninguém menos que Jeff Beck e Eric Clapton, Jimmy Page a princípio
visava manter o nome de seu ex-grupo ao recrutar os demais membros do Led – a
banda se chamaria “The New Yardbirds” e chegou a se apresentar com este nome.
Músico de estúdio já tarimbado, sua união aos talentos dos demais não poderia
resultar em outra coisa: uma estreia no mínimo genial! “Good Times Bad Times”,
“Baby I’m Gonna Leave You”, “Dazed and Confused”, “Communication Breakdown”,
“How Many More Times”... Difícil escolher a favorita...
Fazia pouco tempo que o grupo
havia mudado o nome para Black Sabbath (anteriormente era Earth), e resolveram
adotar a temática de fazer um som “aterrorizante”: o nome veio de um filme de
terror B estrelado pelo veterano Boris Karloff. Mal aqueles quatro rapazes de
Birmingham poderiam acreditar que suas músicas de repente estavam vendendo e
eles passariam a excursionar pelo mundo afora. Se a capa já dava um frio na barriga, a faixa título causa arrepios na
espinha até hoje, com sua introdução macabra. “N.I.B.” é outra que se tornou
obrigatória em qualquer show do grupo. Sobre as fases iniciais do Sabbath e do
Zeppelin falamos também em outra matéria, neste link.
Embora hoje seja mais lembrado
por aqui apenas pelo megahit “More Than a Feeling” (a faixa de abertura deste
álbum), o Boston fez um sucesso estrondoso lá fora, mais especificamente nos
EUA: foi durante anos o álbum de estreia mais vendido da história (sendo
desbancado futuramente por um quinteto de hard rock... bem mais a frente vocês
verão quem foi). Basicamente recriando o que o grupo compôs em sua fita demo, o
disco trazia uma mistura perfeita de refrões melodiosos, guitarras pesadas e
uma leve pitada de música clássica – o guitarrista Tom Scholz estudou piano
erudito quando mais jovem. Tudo isso aliado aos incríveis dotes vocais do
saudoso Brad Delp...
O grupo arquitetado pelo
empresário Malcolm McLaren para serem os representantes do então novo movimento
minimalista musical, o punk rock, obteve um sucesso arrebatador logo de cara:
seu álbum estreou em primeiro lugar nas paradas britânicas e passou 60 semanas
entre os 25 discos mais vendidos no país. “God Save The Queen” e principalmente
“Anarchy In The U.K.” se tornaram hinos do movimento e foram regravadas (a
segunda, principalmente) por diversos grandes nomes ao longo dos anos.
VAN HALEN – VAN HALEN
A banda que reviveu o espírito
festivo do rock, que aliás era a mais quente da região de Pasadena
(Califórnia), que arrastava centenas de pessoas para suas apresentações mesmo
sem ter sequer gravado um álbum... O Van Halen foi também a banda que deu uma
sobrevida ao Hard Rock e ao Heavy Metal, relembrando que o rock podia ser
divertido e bem tocado ao mesmo tempo. O virtuosismo de Eddie Van Halen fez (e
ainda faz) escola, os refrões cantarolantes (com os vocais de apoio muito bem
trabalhados, especialmente pelo baixista Michael Anthony), e a enxurrada de
músicas excepcionais fizeram da estreia fonográfica do Van Halen se tornarem um
dos discos mais vendidos da década de 1970, e uma das estreias mais bem
sucedidas da história – para muitos, até hoje, a melhor estreia da história!
IRON MAIDEN – IRON MAIDEN
A “nova onda do Heavy Metal
britânico” trouxe ao mundo uma grande leva de ótimas bandas: Saxon, Def Leppard,
Diamond Head, e muitos outros. Veteranos se fizeram valer da onda e revigoraram
suas carreiras (Judas Priest e Motörhead são os melhores exemplos). Mas daquela
nova invasão britânica, ninguém fez mais sucesso do que o Iron Maiden. Logo de
cara Steve Harris e Cia. entregaram ao
mundo preciosidades do tipo de “Phantom Of The Opera”, “Prowler”, “Remember
Tomorrow” e a contagiante faixa-título, que já prometia que o Maiden te pegaria
onde quer que você estivesse... E a promessa foi cumprida com muito êxito!
OZZY OSBOURNE – BLIZZARD OF OZZ
Obviamente não era a estreia de
Ozzy, afinal o mundo inteiro já o conhecia do Black Sabbath. Mas era sua
estreia solo, e para quem saiu pela porta dos fundos e totalmente desacreditado
de seu primeiro grupo, “Blizzard Of Ozz” foi um recado importantíssimo: o
Madman ainda mandava nessa p... toda... Claro que o sucesso deste álbum,
perfeito do começo ao fim, em muito se deve à sua banda: o magistral Randy
Rhoads e sua guitarra sobrenatural, o baixista Bob Daisley e suas letras
inspiradas, o grande Lee Kerslake e sua bateria precisa, além do tecladista Don
Airey: como não falar na inesquecível introdução de “Mr. Crowley”?
GUNS N’ ROSES – APPETITE FOR DESTRUCTION
A banda mais perigosa do mundo.
Era assim que o Guns N’ Roses era apresentado ao mundo. Mas não era só isso. O
som deles era um petardo sonoro! E embora a MTV torcesse o nariz a princípio,
“Welcome To The Jungle” estourou e deixou todos de joelhos e gritando... mesmo
tendo sido veiculado a princípio apenas em horários nada comerciais. Foi o
passaporte para que a banda explodisse no mercado norte-americano, vindo
inclusive a tocar no tradicional Monsters Of Rock em Donington, na Inglaterra.
Na esteira vieram “Paradise City”, “Sweet Child O’ Mine”... e “Appetite” se
tornou o álbum de estreia mais vendido da história, desbancando o Boston...
ALICE IN CHAINS – FACELIFT
O falecido Jani Lane, vocalista
do Warrant, costumava citar em suas entrevistas que o alerta vermelho de que as
bandas de glam não eram mais as queridinhas do público foi aceso quando ele
entrou no escritório de sua gravadora e o pôster de sua banda foi substituído
por um do Alice In Chains. A primeira banda a estourar do chamado “movimento
grunge de Seattle” já mostrava desde o começo que não estava para
brincadeiras... Só a trinca que abre o álbum (“We Die Young”, “Man In The Box”
e “Sea Of Sorrow”) já deixava qualquer um arrepiado... e ainda deixa...
PEARL JAM – TEN
Outra banda de Seattle que
explodiu logo no primeiro álbum foi o Pearl Jam. Stone Gossard e Jeff Ament
vieram do Mother Love Bone, banda que havia acabado de lançar seu primeiro
álbum poucos meses depois de seu vocalista Andrew Wood ter falecido por
overdose. Para a nova empreitada se uniram ao guitarrista Mike McCready, ao
baterista Dave Krusen e a um vocalista desconhecido que residia em San Diego,
Eddie Vedder. “Alive”, “Even Flow”, “Black” e “Jeremy” são praticamente
obrigatórias até hoje nos shows do grupo. E ainda tinha muito mais: “Once”,
“Why Go”, “Oceans”, “Porch”... uma estreia pra lá de perfeita e até hoje o
álbum mais bem sucedido do grupo.
OASIS – DEFINITELY MAYBE
Já falamos sobre o álbum do Oasis
anteriormente. Confira neste link.