O ano era 1976 e o Fleetwood Mac enfim havia caído nas graças do grande público. Embora tenha tido certo sucesso em seus primórdios quando calcava seu som mais no blues e no rock mais psicodélico, quando ainda contavam com Peter Green nas guitarras e vocais, a explosão só viria mesmo após a entrada do casal Lindsay Buckingham e Stevie Nicks - o primeiro veio para substituir Green, mas condicionou sua entrada à incorporação de sua namorada ao grupo. Os demais membros, para quem não sabe, eram Mick Fleetwood na bateria, e o casal John e Christine McVie no baixo e teclados, respectivamente (e da junção destes sobrenomes vem o nome da banda).
Após uma boa vendagem e boa recepção também pela crítica do álbum que levava apenas o nome da banda, o quinteto mergulhou de cabeça em todos os excessos que a fama traz, e o resultado parecia levar a uma catástrofe: Buckingham e Nicks estavam se separando, assim como o casal McVie, e Mick descobriu que sua esposa o estava traindo. Como se não bastasse, muitas drogas, em especial a cocaína, eram consumidas em toneladas pelos músicos. Cenário nada amigável para a gravação de um novo álbum, que vinha cheio de expectativas pelos fãs e cobranças pela gravadora. E qual foi o resultado? Uma obra-prima, e um dos discos mais vendidos da história!
Gravado em 1976, com um orçamento bem generoso e com vários estúdios à disposição, "Rumours" se iniciou como uma espécie de "expurgo" dos demônios pessoais de cada músico em suas composições pessoais e afiadas - outros podem qualificar de "lavação de roupa suja em público". Enquanto Buckingham cantava para Nicks que era pra ela uma "notícia ultrapassada" ("Second Hand News") e a mandava "seguir seu próprio caminho" ("Go Your Own Way"), esta o respondia singelamente em "Dreams" que "trovões só acontecem quando chovem, e jogadores só o amam quando você está jogando". Aliás, esta música, um dos maiores sucessos do grupo, supostamente foi escrita por ela em pouco mais de 5 minutos, enquanto esperava em uma sala separada do estúdio em uma gravação onde não foi requisitada. Já Christine McVie alfinetava John ao cantar para seu amante (um roadie do grupo) "You Make Loving Fun" e homenageava sarcasticamente o baterista Mick em "Oh Daddy" - a fama era de que o Fleetwood seria o "paizão" do grupo, por sempre querer ter a palavra final em tudo...
Era um ambiente tão hostil que as gravações chegaram a ser interrompidas e agendados alguns shows para que o grupo se "revitalizasse" e conseguisse trazer novos ares para os estúdios e finalizarem as gravações. E em meio a esta tormenta toda, ainda conseguiram compor em conjunto outro grande sucesso: "The Chain", uma de suas músicas mais conhecidas e pedidas até hoje, que nasceu de uma canção não aproveitada de Christine McVie para o álbum anterior.
Dentre algumas curiosidades que permeiam as gravações, na faixa de abertura "Second Hand News" os músicos usaram algumas cadeiras como percussão, Lindsay Buckingham tinha as cordas de seu violão trocadas a cada 20 minutos durante os takes de "Never Going Back Again" (para aproveitar o auge do brilho das cordas, segundo o próprio), a levada incomum de bateria em "Go Your Own Way" se deu por conta da dislexia de Mick Fleetwood e o fato de terem até cogitado citar o nome de seu fornecedor de drogas nos créditos do álbum (!!!).
Por fim, não há como não destacar a qualidade da produção de Ken Caillat e Richard Dashut, que conseguiram deixar as grandes composições com um som cristalino e envolvente, capturando "em todas as faixas a emoção e os sentimentos de cada um sem intermediários", de acordo com Dashut. Talvez o melhor álbum sobre o fim de um relacionamento (ou, no caso, vários) já feito. E a prova de que em meio ao caos e a lama, sempre podem surgir pérolas, quando sua energia criativa é bem direcionada e canalizada...
Para quem não conhece, não perca mais tempo... e para quem é fã, que tal mais uma audição?
Era um ambiente tão hostil que as gravações chegaram a ser interrompidas e agendados alguns shows para que o grupo se "revitalizasse" e conseguisse trazer novos ares para os estúdios e finalizarem as gravações. E em meio a esta tormenta toda, ainda conseguiram compor em conjunto outro grande sucesso: "The Chain", uma de suas músicas mais conhecidas e pedidas até hoje, que nasceu de uma canção não aproveitada de Christine McVie para o álbum anterior.
Dentre algumas curiosidades que permeiam as gravações, na faixa de abertura "Second Hand News" os músicos usaram algumas cadeiras como percussão, Lindsay Buckingham tinha as cordas de seu violão trocadas a cada 20 minutos durante os takes de "Never Going Back Again" (para aproveitar o auge do brilho das cordas, segundo o próprio), a levada incomum de bateria em "Go Your Own Way" se deu por conta da dislexia de Mick Fleetwood e o fato de terem até cogitado citar o nome de seu fornecedor de drogas nos créditos do álbum (!!!).
Por fim, não há como não destacar a qualidade da produção de Ken Caillat e Richard Dashut, que conseguiram deixar as grandes composições com um som cristalino e envolvente, capturando "em todas as faixas a emoção e os sentimentos de cada um sem intermediários", de acordo com Dashut. Talvez o melhor álbum sobre o fim de um relacionamento (ou, no caso, vários) já feito. E a prova de que em meio ao caos e a lama, sempre podem surgir pérolas, quando sua energia criativa é bem direcionada e canalizada...
Para quem não conhece, não perca mais tempo... e para quem é fã, que tal mais uma audição?
Nenhum comentário:
Postar um comentário