Como “Esse tal de Roque Enrow” entrou na minha vida?

Para iniciar este blog, gostaria de compartilhar como foi que o Rock entrou na minha vida. E para isso precisamos voltar ao começo da década de 1980.

Não saberia precisar exatamente qual foi a primeira música do gênero que ouvi ou com que idade comecei a gostar. Mas me lembro que desde sempre haviam muitos discos e fitas cassetes circulando pela casa. Com duas irmãs mais velhas adolescentes e um tio que gostava muito de música, parecia o cenário ideal para aquele garotinho introspectivo e observador ser contagiado pela febre... Discos de vários nomes como Rita Lee, Scorpions, Kiss, Van Halen dividiam espaço nas prateleira com nomes tão diversos quanto Roberto Carlos, Roupa Nova, Gal Costa, Gilberto Gil... E, claro, presença constante era aquele grupo que desde sempre aquele garoto passou a idolatrar: Queen!


Lembremos que havia bem pouco tempo o quarteto britânico havia lotado e emocionado o Morumbi, em São Paulo, deixando Freddie Mercury embasbacado ao ver aquela massa humana cantando em uníssono “Love of My Life”. E logo eles voltariam pra consolidar seu reinado no primeiro Rock In Rio... E talvez tenha sido aí que o então pequeno que hoje vos escreve tenha sido pego de jeito...

Em janeiro de 1985 o país fervilhava. De um lado o fim da ditadura militar trazia aquela esperança de novos ares e liberdade para a população... Mas Tancredo Neves, o primeiro presidente civil em muito tempo, dividia as manchetes dos jornais e TVs com um megafestival de proporções jamais vistas por aqui (e talvez nem no resto do mundo): o Rock In Rio! Para aquele garoto que até bem pouco tempo já havia enlouquecido vendo os mascarados do Kiss no Maracanã pela TV, pirava vendo David Lee Roth voando pelo palco no clipe de “Panama” no FM TV da extinta Rede Manchete, e não parava de ouvir tudo que aparecia do Queen pela frente... Foi um caminho sem volta...


Lembremos que logo no primeiro dia as atrações internacionais eram Whitesnake, Iron Maiden e Queen. Ainda tinha Rod Stewart, Ozzy Osbourne, AC/DC, Scorpions, Yes… Sem falar em bandas brasileiras que faziam parte daquele boom do rock nacional no momento: Paralamas, Barão Vermelho (ainda com Cazuza), Kid Abelha... E, claro, a rainha Rita Lee... Durante aquelas duas semanas não se falava em outra coisa, não existia outro assunto... E obviamente este momento do rock nacional contribuiu muito: além dos já citados, Titãs, Ultraje a Rigor, RPM, Marina e tantos outros eram presenças constantes também nos toca-discos de casa.

Por fim, veio a adolescência. E com ela a convivência com amigos que dividiam o mesmo gosto (um em especial, hoje músico profissional e gabaritado professor de música) e o universo rockeiro se expandindo: vieram o progressivo, o metal, o grunge... Tudo se misturando neste caldeirão que fervilha até hoje, atrás de novidades e colecionando e recordando tudo o que for possível dos nomes mais antigos e velhos companheiros de sempre... Ah sim, e a tentativa frustrada de virar um guitarrista... coitados dos pais e dos vizinhos...

E os shows, claro... muitos deles (mas gostaria que fossem muitos mais)! Desde aquela primeira vez inesquecível com os Titãs ainda com Arnaldo Antunes (valeu minha irmã e meu cunhado!) até hoje... muita história pra contar... Sejam bem-vindos!



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